quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A necessidade da Autovalorização do Farmacêutico

Há muito tempo, existe uma carência na Saúde Pública, da efetiva participação do farmacêutico, como especialista em medicamentos. Talvez isso tenha se dado com a evolução das indústrias farmacêuticas, o excesso de regras da ANVISA e o tratamento intimidador e autoritário dos Órgãos Fiscalizatórios, que tentam transformá-los em simples balconistas, ignorando a importante participação do farmacêutico no desenvolvimento médico em todo o mundo, entre outras.
A RDC 44/2010, que obrigou a retenção de receitas de antibióticos nas drogarias, é um bom exemplo dessa “limitação” imposta aos farmacêuticos, alguns podem discordar, achando nobre tal resolução que impede a automedicação de antibióticos, face a alegada e imposta incapacidade do farmacêutico em orientar de forma adequada a utilização dos medicamentos, apesar de seu conhecimento multidisciplinar em estatística, química orgânica, analise instrumental, química farmacêutica, fisiologia, farmacologia, analises, isso somente como exemplo superficial de algumas matérias.
Referindo-se à RDC 44/2010, o Presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, questionou “Como ficará a situação de uma criança que mora, numa cidadezinha distante, onde o médico só atende uma vez por semana e que está ardendo de febre, devido a uma amigdalite ou a uma infecção intestinal? Ou que reside num grande centro, onde a emergência do hospital está lotada e o atendimento só poderá ser feito, muito tempo depois? Uma infecção não pode esperar.”
Não resta duvidas da importância do papel do farmacêutico na Saúde Pública devendo ser valorizada e reconhecida a sua autonomia, seu poder de decisão e quiçá em um futuro próximo a sua capacidade de prescrição. Vale ressaltar a declaração do Department of Health de Londres no Pharmacy in the Future – Implementing the NHS plan. A programme for pharmacy in the National Health Service. 2000. London, HMSO, “os cuidados prestados ao doente não podem ser prejudicados por barreiras rígidas entre profissões”. Este programa retrata a luta travada por parte dos enfermeiros no Reino Unido para lhes serem concedidos direitos de prescrição, servindo de ponto de partida aos desenvolvimentos posteriores a nível da classe farmacêutica.